FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 19

 

FICHA DE TRABALHO

 APROXIMA��O � FILOSOFIA

 Objectivo: Distinguir o texto filos�fico de outro tipo de textos.

Texto n� 1

JUSTIFICA��O DO TEMPO

   "Dizia Santo Agostinho a respeito do tempo: �O que �, ent�o, o tempo? Se ningu�m me perguntar, eu sei; se algu�m me pergunta e eu quero explicar, j� n�o sei�. Este pensamento encerra uma verdade profunda. Manifesta, com efeito, o embara�o em que se encontra quem pretenda definir essa realidade tempo. (...) Indiquemos, para evitar qualquer mal-entendido, que o tempo de que vamos falar doravante n�o � o tempo dos matem�ticos ou dos f�sicos. N�o � propriamente essa dura��o pura e profunda que exige, para ser apreendida pela consci�ncia, quer um esfor�o especial, quer uma experi�ncia privilegiada. O tempo que consideramos � o tempo da vida humana, tal como decorre a um n�vel normal. (...) Mas, o que � ent�o o tempo e, sobretudo, o que � o presente, esse momento que escapa sempre, e que � todavia o �nico em que somos dados a n�s mesmos? Qual a rela��o desse presente com o passado, que j� n�o � e com o futuro, que ainda n�o �?"

Jean Guitton, Justifica��o do Tempo, Cap. I, p.25.

Texto n� 2
PERSIST�NCIA DA MEM�RIA DE S. DAL�

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Texto n� 3

   Os rel�gios s�o dispositivos mec�nicos para repetir um sucesso uma e outra vez. Calibram-se, comparando-os com a rota��o da Terra, e as discrep�ncias entre o rel�gio e a Terra atribuem-se a inexactid�es num ou noutro. Os rel�gios at�micos s�o mais exactos que a Terra,a qual n�o gira com absoluta uniformidade devido � fric��o das mar�s.
   A unidade normal do tempo � o "segundo" (s), que � 1/86 400 do dia solar m�dio no ano de 1900. Este n�o � igual a 1/86 400 de um dia qualquer de 24 horas porque a velocidade de rota��o da Terra mudou desde 1900. A Terra, assim como um rel�gio, atrasa-se um pouco, e para corrigir isto acrescentou-se um segundo extra no dia 30 de Julho de 1972.
   A longitude e o tempo s�o as duas dimens�es fundamentais na F�sica.

Alan H. Cromer (1985) F�sica para las Ci�ncia de la Vida, p.6/7

Texto n� 4

O SEU BANQUEIRO PARTICULAR TEM UMA FILOSOFIA PR�PRIA: PENSO, LOGO DECIDO

   As horas, os minutos e os segundos s�o valiosos para quem decide do destino de milh�es. Diante de uma realidade financeira t�o complexa, o Banco Internacional de Cr�dito tem uma filosofia cartesiana: vai directo ao objectivo, ao que realmente interessa, em segundos, se preciso, e administrando o tempo para obter �ndices de rentabilidade acima das suas expectativas. A agilidade do seu banqueiro particular n�o foi adquirida do dia para a noite, mas sim, na experi�ncia secular do Grupo Esp�rito Santo e na lideran�a mundial do cr�dito agr�cola. Agora pense e decida-se pelo Banco Internacional de Cr�dito.


Texto n�5

   "J� dissestes, Senhor, com voz forte, aos meus ouvidos interiores, que sois eterno e que s� V�s possu�s a imortalidade, porque n�o mudais sob o aspecto de forma ou de movimento. A Vossa vontade n�o varia com o tempo, porque uma vontade mut�vel n�o pode ser imortal. Vejo claramente esta verdade na Vossa presen�a. Pe�o-vos que a veja cada vez mais claramente e que, debaixo das Vossas asas, persista com sobriedade neste conhecimento (...)."

Sto Agostinho., Confiss�es, p. 329

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                              ANEXO 19 A

FICHA DE TRABALHO

 

� UM TEXTO QUE ......

Texto
est�tico

tex n�

Texto
cient�fico

text n�

Texto
publicit�rio

text n�

Texto
religioso

text.n�

Texto
filos�fico

text. n�

Apela � afectividade, ao sentimento?

 

 

 
 
 
 
 

Apela � racionalidade?

 
 
 
 
 

Preocupa-se com os aspectos da quantifica��o?

 
 
 
 
 

Preocupa-se com aspectos objectivos?

 
 
 
 
 

Define ou tem objectivos pr�ticos imediatos?

 
 
 
 
 

Procura abarcar o tempo na totalidade?

 
 
 
 
 

Procura ser universal?

 
 
 
 
 

Manifesta um saber situado, pr�prio de uma �poca?

 
 
 
 
 

Para al�m de abrangente, � profundo, radical?

 
 
 
 
 

Utiliza uma linguagem abstracta (desligada do concreto)

 
 
 
 
 

 

GUI�O DE AN�LISE (anexo 19)

 

Objectivos espec�ficos:

- Distinguir o texto filos�fico de outros tipos de texto.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura conjunta dos textos;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais dos textos;
- Realiza��o da tarefa.

 

Conte�dos informativos:

- O texto filos�fico manifesta um saber situado, pr�prio de uma �poca; para al�m de ser abrangente � profundo e radical, procura fazer apelo � racionalidade.

 

Tarefas:

- Resolu��o de uma ficha de trabalho, onde os alunos dever�o identificar as caracter�sticas do texto filos�fico, de modo a distingui-lo de outro tipo de textos.
- Elabora��o de uma rede conceptual.

 

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 20

 

REDE CONCEPTUAL

 

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FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 21

 

Autonomia

   Se remontarmos � origem grega da palavra, vemos que ela significa o seguinte: autos = o pr�prio, nomos = lei, regra. Assim, diz-se de algu�m que � aut�nomo, quando manifesta um comportamento de independ�ncia. � aut�nomo porque � capaz de viver em fun��o de princ�pios pr�prios e n�o alheios. A sua exist�ncia justifica-se por ela mesma e n�o em fun��o de outras.
   A autonomia � um dos conceitos caracterizadores da filosofia, j� que ela n�o necessita encontrar justifica��o de si fora do seu pr�prio �mbito.
   O mesmo j� n�o pode ser afirmado quer relativamente ao saber t�cnico quer ao conhecimento cient�fico. Cada um destes justifica-se na medida em que ambos contribuem para a resolu��o de problemas pr�ticos e quotidianos do homem. N�o existem por si, mas em fun��o da enorme ajuda que d�o ao homem.
   E a filosofia? Para que serve? Que problemas ajuda a resolver? � certo que a resposta a estas quest�es � negativa, mas isso n�o implica que ela n�o valha por si. Porqu�?
   Uma resposta poss�vel reside no facto de ela contribuir para que cada um de n�s pense por si, isto �, que tenha um pensamento aut�nomo.

 

 

GUI�O DE AN�LISE (anexo 21)

 

Objectivos espec�ficos:

- Compreender o significado do termo ‘autonomia’.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura do texto;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais do texto;
- Discuss�o oral.

 

Conte�dos informativos:

- Diz-se de algu�m que � aut�nomo, quando manifesta um comportamento de independ�ncia.
- A autonomia � um dos conceitos caracterizadores da filosofia, j� que ela n�o necessita encontrar justifica��o de si fora do seu pr�prio �mbito.
- O mesmo j� n�o pode ser afirmado quer relativamente ao saber t�cnico quer ao conhecimento cient�fico. Cada um destes justifica-se na medida em que ambos contribuem para a resolu��o de problemas pr�ticos e quotidianos do homem. N�o existem por si, mas em fun��o da enorme ajuda que d�o ao homem.

 

Tarefas:

- Pesquisa no dicion�rio do significado do termo autonomia.

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 22

 

OBJECTIVO: RECONHECER A AUTONOMIA DA FILOSOFIA

 

AUTONOMIA

�                      �

Autonomia em rela��o � ci�ncia ao senso comum, � religi�o e em rela��o a tudo o que possa p�r em causa a liberdade de pensar por si mesmo. Autonomia ou liberdade da raz�o relativamente a todas as coer��es e constrangimentos exteriores.
 

�                      �

� distinta das restantes formas de saber mas n�o pode deixar de aceitar os seus contributos. Influ�ncia das condicionantes sociais e outras.

�

 

�

O �nico instrumento de que disp�e o fil�sofo � a sua capacidade racional que deve utilizar de modo aut�nomo. Objectivo: eleva��o ao n�vel da raz�o livre e emancipada de todas as dimens�es da realidade humana.

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 23

 

Texto de apoio

 

O fundamental da filosofia � a cr�tica

Aprender filosofia implica...


...conhecer diferentes pontos de vista...

... aprofundar quest�es .....

...assumir uma atitude cr�tica e antidogm�tica.

 

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Ant�nio S�rgio, 1883-1969

Aprender filosofia n�o �...

...adoptar conclus�es feitas...

 

...criticar demasiado cedo...


 

...refutar precipitadamente

   "Ao aprendiz de fil�sofo (ao jovem aprendiz, pretendo eu dizer, e na minha qualidade de aprendiz mais velho) rogo que se n�o apresse a adoptar solu��es, que n�o leia obras de uma s� escola ou tend�ncia, que procure conhecer as argumenta��es de todas e que queira tomar como prim�rio escopo a singela fa�anha de compreender os problemas: de compreend�-los bem, de os compreender a fundo, habituando-se a ver as dificuldades reais que se deparam nas coisas que se afiguram f�ceis ao simplismo e � superficialidade do que se chama senso comum (...).
   Ora, se o fundamental da filosofia � de facto a cr�tica. e se, pois, a filosofia deve ser estudada n�o pelo m�rito das respostas precisas sobre um certo n�mero de quest�es prim�rias, sen�o que pelo valor que em si mesma assume, para a cultura do esp�rito, a mera discuss�o de tais problemas, segue-se que � ideia inteiramente absurda a de se dar a algu�m uma inicia��o filos�fica pela pura transmiss�o das respostas precisas com que pretendeu resolver esses tais problemas um determinado autor ou uma certa escola. Dever� pois a inicia��o filos�fica assumir um car�cter essencialmente cr�tico e consistir num debate dos problemas b�sicos que n�o seja dominado pelo intuito dogm�tico de cerrar as portas �s discuss�es ulteriores. (...)
   Repito: seja a filosofia para o aprendiz de fil�sofo n�o uma pilha de conclus�es adoptadas, e sim uma actividade de elucida��o dos problemas. � esta actividade o que realmente importa, e n�o o aceitar e propagandear conclus�es. (...)
   Por isso mesmo, ao lermos um fil�sofo de genu�no m�rito, de dois erros opostos nos cumprir� guardar-nos: o primeiro, o de nos mantermos a� eternamente passivos e de tudo aceitarmos como se fossem dogmas, de que depois tentaremos convencer o pr�ximo; o segundo, o de criticarmos demasiado cedo, antes de chegarmos � compreens�o do texto. Para evitar o escolho do segundo erro, a atitude inicial do aprendiz de fil�sofo dever� ser receptiva e de todo humilde.
   Se achar uma ideia no texto de um Mestre que lhe pare�a de f�cil refuta��o, conclua que ele pr�prio � que a n�o percebe, e que o pensar do autor dever� ser mais fino, mais meandroso, mais facetado, mais verrumante do que o primeiro relance se lhe afigurou: e que se lhe imp�e portanto uma aten��o maior (...) e o melhor processo, nessa primeira fase, � talvez o de refazermos por iniciativa nossa, com exemplos familiares da nossa pr�pria experi�ncia, a doutrina exposta pelo autor que estudamos, at� que a tenhamos como coisa nossa, porque feita de mat�ria verdadeiramente nossa, e reconstru�da pelo nosso esp�rito."

Pref�cio de Ant�nio S�rgio a Os problemas da filosofia, de Bertrand Russel

 

GUI�O DE AN�LISE (anexo 23)

 

Objectivos espec�ficos:

- Caracterizar a Filosofia enquanto atitude cr�tica.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura do texto;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais do texto;
- Discuss�o oral.

 

Conte�dos informativos:

- A Filosofia � uma actividade de problematiza��o permanente e n�o uma pilha de conclus�es adoptadas.
- � esta actividade que realmente importa � Filosofia e n�o o propagandear de solu��es f�ceis para os problemas.
- Neste sentido, o m�rito da actividade filos�fica encontra-se n�o nas solu��es conferidas aos problemas mas sim na atitude de d�vida permanente, de cr�tica atenta e constante do j� dado e do j� estabelecido.
- A Filosofia n�o deve ser dominada por nenhum intuito dogm�tico.

 

Tarefas:

- Localizar no texto, conceitos relativos � atitude filos�fica.

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 24

 

Texto n� 1

   "Com Descartes, entramos, com rigor, (...) numa filosofia pr�pria e independente que sabe que procede substantivamente da raz�o e que a consci�ncia de si � um momento essencial da verdade. Esta filosofia erigida sobre bases pr�prias e peculiares abandona totalmente o terreno da teologia filosofante, pelo menos quanto ao princ�pio, para colocar-se do outro lado... Este pensamento que � para si, esta c�spide mais pura da interioridade, afirma e fortalece-se, relegando para segundo plano e rejeitando como ileg�tima a exterioridade morta da autoridade."

F. Hegel -Li��es sobre a Hist�ria da Filosofia, citado por Cordon e Martinez, o.c.

 

 

Texto n� 2

   "Esclarecimento (ou ilustra��o) � a sa�da do homem da sua menoridade, da qual ele pr�prio � culpado. A menoridade � a incapacidade de fazer uso do seu entendimento sem a direc��o de outro indiv�duo. O homem � o pr�prio culpado dessa menoridade se a causa dela n�o se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decis�o e coragem de servir-se de si mesmo sem a direc��o de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de fazer uso do teu pr�prio entendimento, tal � o lema do Esclarecimento.
   A pregui�a e a covardia s�o as causas pelas quais uma t�o grande parte dos homens, depois que a natureza de h� muito os libertou de uma direc��o estranha, continuem no entanto de bom grado menores durante toda a vida. S�o tamb�m as causas que explicam por que � t�o f�cil que os outros se constituam em tutores deles. � t�o c�modo ser menor. Se tenho um livro que faz as vezes do meu entendimento, um director espiritual que por mim tem consci�ncia, um m�dico que por mim decide a respeito da minha dieta, etc.. ent�o n�o preciso de esfor�ar-me eu mesmo. N�o tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente pagar; outros se encarregar�o em meu lugar dos neg�cios desagrad�veis. A imensa maioria da humanidade (...) considera a passagem � maioridade dif�cil e al�m do mais perigosa, porque aqueles tutores de bom grado tomaram a seu cargo a supervis�o dela. Depois de terem primeiramente embrutecido seu gado dom�stico e preservado cuidadosamente estas tranquilas criaturas a fim de n�o ousarem dar um passo fora do caminho para aprender a andar, no qual as encerraram, mostram-lhes em seguida o perigo que as amea�a se tentarem andar sozinhas. Ora, este perigo na verdade n�o � t�o grande, pois aprenderiam muito bem a andar finalmente, depois de algumas quedas. Basta um exemplo deste tipo para tornar t�mido o indiv�duo e atemoriz�-lo em geral para n�o fazer outras tentativas no futuro.
   � dif�cil para um homem em particular desenvencilhar-se da menoridade que para ele se tornou quase uma natureza. Chegou mesmo a criar amor a ela, sendo por ora realmente incapaz de utilizar o seu pr�prio entendimento, porque nunca o deixaram fazer a tentativa de assim proceder. (...)
   Para este Esclarecimento por�m nada mais se exige sen�o LIBERDADE. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso p�blico de sua raz�o em todas as quest�es. Ou�o, agora, por�m, exclamar de todos os lados: n�o raciocineis! O oficial diz: n�o raciocineis, mas exercitai-vos! O cobrador de impostos exclama: n�o raciocineis, mas pagai! O sacerdote proclama: n�o raciocineis, mas crede! (...)
   Eis por toda a parte a limita��o da liberdade."

E. Kant -Was ist Aufklarung? (Trad. de Floriano de Sousa Fernandes)

 

 

GUI�O DE AN�LISE (anexo 24)

 

Objectivos espec�ficos:

- Reconhecer o contributo de Kant e Descartes para a autonomia da raz�o.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura dos textos;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais dos textos;
- Discuss�o oral.

 

Conte�dos informativos:

- A hist�ria regista alguns momentos em que a preocupa��o de uma raz�o aut�noma e emancipada de tutelas exteriores se tornou num motivo particular de reflex�o.
- Foi o caso do corte inicial com as explica��es m�ticas, por parte da Filosofia grega.
- Foi igualmente o caso paradigm�tico de Descartes relativamente � teologia filosofante da Idade M�dia.
- E ainda o caso particular da Filosofia das Luzes de que Kant pode ser tomado como a sua express�o mais nobre.
- A autonomia da raz�o implica que a raz�o e s� a raz�o � o pr�ncipio e o tribunal soberano a quem compete o julgamento do que � verdadeiro no �mbito do conhecimento te�rico e do que � conveniente no �mbito da �tica ou da pol�tica.

 

Tarefas:

- Comentar a seguinte afirma��o de Descartes: "Viver sem Filosofia �, na verdade, ter os olhos fechados, sem nunca se esfor�ar por os abrir."

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 25

 

HISTORICIDADE

�

A historicidade da Filosofia refere-se � sua pr�pria hist�ria.

A Filosofia teve uma presen�a actuante na hist�ria.

�

Filosofia = realidade hist�rica

�

Os fil�sofos, o seu pensamento e as suas obras dever�o ser compreendidas e inseridas no seu tempo.

�

A Filosofia como actividade intelectual est� inserida na hist�ria e tem a sua hist�ria = � insepar�vel da sua hist�ria.

�

A filosofia n�o pode ser definida � revelia da sua matriz grega e dos seus desenvolvimentos medievais e modernos. Pretendermos filosofar hoje � margem do passado � uma empresa votada ao fracasso.

�

Hist�ria da Filosofia

�

Oferece-nos um conjunto de experi�ncias intelectuais que continuam a interpelar-nos e a fazer-nos pensar.

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 26

 

TEXTO

   "A Filosofia surge na Gr�cia, aproximadamente nos come�os do s�culo VI a. C.. Como nas restantes culturas antigas, a cultura grega fundava-se no Mito, transmitido e ensinado pelos poetas, educadores do povo, especialmente Homero e Hes�odo. Atrav�s das complexas narra��es e doutrinas sobre os deuses e os homens, sobre as for�as que interv�m activamente nos acontecimentos c�smicos e humanos, o mito oferecia respostas orientadoras acerca da natureza e destino do ser humano, acerca da origem e das normas da sociedade em que o indiv�duo humano se encontrava inserido e acerca do surgimento e estrutura do Cosmos. No dealbar do s�culo VI a. C. e em conson�ncia com profundas transforma��es de car�cter cultural e social, as intelig�ncias mais despertas sentiram a necessidade de substituir as explica��es m�ticas por outro tipo de explica��o justificada de um modo racional. Surgiu, assim , a Filosofia como tentativa de racionalizar a interpreta��o do homem e do universo, das rela��es dos homens entre si e destes com a natureza. Se o mito se caracterizava por oferecer respostas a todos os enigmas fundamentais capazes de inquietar o homem, a Filosofia caracterizou-se tamb�m pela radicalidade dos seus questionamentos. A atitude filos�fica � radical num duplo sentido: enquanto as suas quest�es alcan�am a totalidade do real e enquanto pretende chegar aos princ�pios explicativos �ltimos do real. Desde o seu surgimento, a filosofia como atitude cr�tica e racionalizadora constituiu-se como um elemento essencial! - se n�o o elemento essencial - dinamizador da nossa cultura."

J. M. Navarro Cordon e T. Calvo Martinez - Hist�ria da Filosofia,1� Vol, Lisboa, Edi��es 70, 1990, p.9

 

 

GUI�O DE AN�LISE (anexos 25 e 26)

 

Objectivos espec�ficos:

- Identificar a historicidade como um dos tra�os peculiares do saber filos�fico.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura do texto;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais do texto;
- Discuss�o oral.

 

Conte�dos informativos:

- A resposta � quest�o da especificidade da Filosofia est� de alguma forma j� dada pela tradi��o e pela hist�ria da Filosofia que consagram determinados autores e textos como fil�sofos e obras filos�ficas.
- Neste sentido poder� dizer-se que a Filosofia confunde-se com a sua pr�pria hist�ria. Existiu desde os gregos e continua a existir hoje uma actividade humana, uma atitude intelectual, uma reflex�o racional, um saber efectivo que a tradi��o tem vindo a designar como fil�sofos.
- A Filosofia enquanto actividade intelectual est� inserida numa hist�ria e n�o pode ser entendida � margem da sua hist�ria.

 

Tarefas:

- Elabora��o de um quadro cronol�gico, com a ajuda dos alunos, de modo a conseguir uma vis�o abrangente da hist�ria da Filosofia.

 

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                              ANEXO 26 A

 

FICHA DE TRABALHO


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FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 27

 

RADICALIDADE

�

"Raiz" = princ�pio, causa, raz�o, fundamento.

�

Objecto da Filosofia: dar conta dos fundamentos, das raz�es de ser �ltimas, dos princ�pios, das causas primeiras de qualquer realidade particular ou at� da realidade em geral.

�

Em circunst�ncia alguma a Filosofia pode admitir como certa, verdadeira ou inquestion�vel coisa alguma, antes de criticamente a justificar e fundamentar.

�

Saber radical

Busca os fundamentos

�

Ideal

�

At� onde puder, a Filosofia deve evitar a admiss�o de pressuposi��es e justifica��es ou fundamenta��es provenientes do exterior.

�

Submeter ao seu pr�prio tribunal e julgamento

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 28

 

Texto

   "Parece inquestion�vel que a filosofia nada deve pressupor, n�o deve assentar em nada de pr�vio e de anterior. Em filosofia, n�o � l�cito aceitar alguma coisa antes de ser rigorosamente "fundamentada". (...) A ci�ncia - ou as ci�ncias - assentam, constantemente, em premissas cuja validade n�o examinam, n�o procuram justificar ou fundamentar. A ci�ncia aceita a factualidade emp�rica, as constru��es l�gicas (...), ou a combina��o de ambas, sem discutir ou p�r em causa o seu valor. A ci�ncia ou as ci�ncias n�o se preocupam com justificar e fundamentar a experi�ncia ou a capacidade de dedu��o, (...).
   Efectivamente uma justifica��o ou fundamenta��o que n�o se firme em nada de pressuposto tem de ser uma fundamenta��o ou justifica��o que assenta, exclusivamente, em si mesma, logo uma justifica��o ou fundamenta��o �ltima, derradeira, que n�o depende de coisa alguma."

A. J. de Brito (1986),Para uma filosofia, Lisboa Ed. Verbo, pp.197,200 e 201

 

 

TAREFA

I - AN�LISE DO TEXTO

1- Tema/Problema focado

2- Identifica��o da tese central

3 - Levantamento dos argumentos que suportam a tese

 

 

GUI�O DE AN�LISE (anexos 27 e 28)

 

Objectivos espec�ficos:

- Reconhecer a radicalidade como um tra�o caracterizador da Filosofia.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura do texto;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais do texto;
- Discuss�o oral.

 

Conte�dos informativos:

- A Filosofia deve dar conta dos fundamentos, das raz�es de ser �ltimas, dos princ�pios, das causas primeiras de qualquer realidade particular ou at� da realidade em geral.
- Em circunst�ncia alguma a Filosofia pode admitir como certa, verdadeira ou inquestion�vel coisa alguma, antes de criticamente a justificar e fundamentar.
- At� onde puder, a Filosofia deve evitar a admiss�o de pressuposi��es e justifica��es ou fundamenta��es provenientes do exterior.
- � nestes aspectos que consiste a radicalidade da Filosofia.

 

Tarefas:

- Leitura e an�lise de um texto. Identifica��o do tema do texto, das suas teses centrais e dos argumentos que suportam as teses.

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 29

 

UNIVERSALIDADE

�

UNIVERSALIDADE
DA
FILOSOFIA

�

PODE SER ENTENDIDA EM DIFERENTES SENTIDOS:

 

1� - Todos os homens s�o fil�sofos. Este sentido radica no facto de todo o homem ter raz�o. Conduziu � distin��o entre um filosofar espont�neo e um filosofar sistem�tico.

2� - Num sentido mais cl�ssico, significa: a ci�ncia do universal ou do ser.

3� - Alguns dos seus problemas s�o universais, referem-se � exist�ncia do homem. Tais problemas, apesar de serem formulados por um fil�sofo exprimem inquieta��es e esperan�as que s�o pr�prias da humanidade.

 

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 30

 

TEXTO

   Que entender por universalidade da filosofia? A universalidade da filosofia pode ser entendida em diferentes sentidos.
   Num primeiro sentido quer dizer, como j� estudamos, que todos os homens s�o fil�sofos, este sentido radica no facto de todo o homem ter raz�o. Tal universalidade conduziu � distin��o entre um filosofar espont�neo, presente em todo o homem, e um filosofar sistem�tico, espec�fico dos fil�sofos.
   Em segundo lugar, mais cl�ssico, a universalidade da filosofia significa: a ci�ncia do universal ou do ser. Como afirma S. Tom�s de Aquino: "a filosofia � sabedoria no sentido em que, conhecendo o universal, ela conhece, atrav�s dele, todos os singulares que relevam desse universal. (...) Por isso a ci�ncia cujo objecto � o ser �, de todas a mais certa".
   Num terceiro sentido a universalidade da filosofia pode ser entendida como a constru��o de um sistema de verdades universais. Foi este o projecto de Descartes que procurou encontrar um fundamento, evidente e indubit�vel, a partir do qual dedutivamente construiu um sistema filos�fico.
   Para ele as verdades filos�ficas teriam n�o s� a mesma solidez racional das verdades matem�ticas como seriam mesmo a base ou fundamento em que assentavam todas as outras certezas. Afirma mesmo: "creio que as verdades que aqui uso igualam ou superam mesmo, em certeza e evid�ncia, as demonstra��es da Geometria".
   Este projecto de Descartes foi um sonho e a situa��o real � bem outra. "O que a filosofia tem de pior � n�o atingir conclus�es geralmente v�lidas, que se possam aprender e portanto possuir. (...) A filosofia n�o logrou a mesma evid�ncia (das ci�ncias) ap�s milen�rios esfor�os".
   Num quarto sentido, pode falar-se da universalidade da filosofia porque alguns dos seus problemas s�o universais, isto �, referem-se � exist�ncia do homem. Tais problemas, apesar de serem formulados por um fil�sofo exprimem inquieta��es e esperan�as que s�o pr�prias da humanidade.

in Reis A. e Pissarra - Rumos da filosofia, Edi��es Rumo, 1994, pp. 87-88

 

GUI�O DE AN�LISE (anexos 29 e 30)

 

Objectivos espec�ficos:

- Reconhecer o estatuto da universalidade da Filosofia.

 

Metodologia de an�lise:

- Leitura do texto;
- Esclarecimento de algum termo desconhecido;
- An�lise das teses centrais do texto;
- Discuss�o oral.

 

Conte�dos informativos:

- A universalidade da Filosofia pode ser entendida em diferentes sentidos.
- Num primeiro sentido quer dizer, como j� estudamos, que todos os homens s�o fil�sofos, este sentido radica no facto de todo o homem ter raz�o. Tal universalidade conduziu � distin��o entre um filosofar espont�neo, presente em todo o homem, e um filosofar sistem�tico, espec�fico dos fil�sofos.
- Em segundo lugar, mais cl�ssico, a universalidade da filosofia significa: a ci�ncia do universal ou do ser.
- Num terceiro sentido a universalidade da filosofia pode ser entendida como a constru��o de um sistema de verdades universais.
- Num quarto sentido, pode falar-se da universalidade da filosofia porque alguns dos seus problemas s�o universais, isto �, referem-se � exist�ncia do homem. Tais problemas, apesar de serem formulados por um fil�sofo exprimem inquieta��es e esperan�as que s�o pr�prias da humanidade.

 

Tarefas:

- Elabora��o de uma rede conceptual com a participa��o dos alunos.

 

FILOSOFIA

10� ANO                                                                                                                                                 ANEXO 31

 

REDE CONCEPTUAL

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