Escola Secund�ria de Em�dio Navarro   Viseu

Filosofia - 12� ano

Princ�pios program�ticos

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 1. PRINC�PIOS PROGRAM�TICOS E M�TODO 

 

P�gina principal

  • O Programa consta da leitura integral de tr�s obras filos�ficas, de um elenco de 22, cobrindo obrigatoriamente tr�s das quatro �pocas: Antiga, Medieval, Moderna e contempor�nea.
  • A orienta��o metodol�gica n�o parte da formula��o de temas, problemas, ou dos autores para as obras, mas toma a “obra como ponto de partida e o seu entendimento como ponto de chegada”. Pela interpreta��o e coment�rio o aluno aperceber-se-� da experi�ncia discursiva que elaborou a obra, ou seja, “processos, problemas e doutrinas que alimentam o seu discurso”. O aluno despertar�, portanto, para elementos que comp�em o discurso: contexto s�cio-cultural, tipo de linguagem usada, modo particular de encarar o tema (epistemol�gico, ontol�gico, �tico, social, pol�tico), m�todo utilizado, argumenta��o, interlocutor, como serviu de despertador � humanidade do seu tempo, poss�veis aporta��es ao tempo que � o nosso, em resumo, desmontar a g�nese da obra, projectar a obra para o antes e o depois: repensar por n�s o que j� foi pensado, utilizando toda a nossa experi�ncia acumulada. A obra � assim um modelo vivo, concretiza��o de capacidades e compet�ncias, que motivar�o o aluno ao ensaio por escrito, atravessando toda a obra ou uma pequena parte, como, tese de autor, tipo de argumenta��o, contexto, influ�ncia particular noutro(s) autor(es), o que nos trouxe de novo, tens�o com os pr�prios preconceitos.

 

 2. DUPLA FUN��O DA OBRA FILOS�FICA

   

  • Nesta op��o program�tica, a utiliza��o did�ctica da obra filos�fica ordena-se para uma dupla finalidade.
  • Em primeiro lugar, o processo interpretativo atender� ao dinamismo dial�ctico e � formula��o lingu�stica do discurso, com a finalidade de levar o aluno � compreens�o da obra como modelo discursivo. Todas as actua��es did�cticas, que preenchem este processo anal�tico, h�o-de ir encaminhadas para a aquisi��o, por parte do aluno, da compet�ncia de elaborar o discurso filos�fico mediante a escrita.
  • Em segundo lugar, o primeiro objectivo n�o se alcan�ar� nunca se o aluno n�o for simultaneamente instru�do nos processos, problemas e doutrinas filos�ficas que alimentem o seu discurso e lhe d�em a capacidade de situ�-lo nos dom�nios da filosofia, onde a obra em an�lise aparece inserida.

 

 3. LEITURA INTEGRAL DE TR�S OBRAS DE �POCAS DIFERENTES

5.1. A ESS�NCIA DO M�TODO PROPOSTO 
 
  • Ler a obra  n�o significa apenas ler a obra inteira, mas “ler tudo quanto h� para ser lido”, “ler por dentro at� ao mais �ntimo do texto”. Significa, portanto, estar atento ao tema fundamental e secund�ria, �s partes em que se divide a obra, � argumenta��o, a reac��es � obra, � conclus�o, ao significado que os termos t�m no autor. “O emprego de neologismos tem como finalidade expandir as potencialidades expressivas da linguagem a fim de revelar e dar o nome a faces e recessos da experi�ncia humana, ainda n�o explorados”. Descobrir o acontecer do texto. O movimento do texto � insepar�vel do encontro e reestrutura��o da consci�ncia do leitor. COMUNICA��O.

 

5.2. RECIPROCIDADE DO LER E ESCREVER 
  • “Ler � a �nica via de acesso ao escrever”. Lendo, detectamos as categorias da linguagem, o tecido que estrutura o discurso, a configura��o de hip�teses, argumentos a que o autor recorre, o impacto na exist�ncia e na hist�ria. Esta reflex�o do aluno sobre o texto escrito desencadear� um movimento no sentido de que o aluno escreva o seu pr�prio texto e o problematize numa perspectiva de aperfei�oamento.

 

5.3. O COMENT�RIO
  • Atrav�s de pequenos ensaios,  o aluno far� coment�rios sobre temas tratados na obra em estudo. Esses ensaios poder�o revestir v�rias formas: exposi��o de uma passagem da obra; cr�tica a uma posi��o doutrin�ria; a uma argumenta��o; problematiza��o dos pressupostos ou consequ�ncias de uma teoria; an�lise da linguagem ou da argumenta��o ; resumo da obra ou parte dela; desenvolvimento de partes doutrin�rias; estudo comparativo com outras obras; ju�zos valorativos das posi��es fundamentais e inovadoras. Mediante o coment�rio, o aluno aprofundar� e ultrapassar� o n�vel de reflex�o e cientificidade, em rela��o aos conhecimentos, capacidades e compet�ncias adquiridas no 10� e 11� anos.

 

5.4. JU�ZO CR�TICO SOBRE CADA UMA DAS OBRAS-TEXTO
  • O aluno ao ter alcan�ado a compet�ncia pr�pria de uma leitura rigorosa, encontrar-se-� “apto a elaborar um ju�zo, aprecia��o ou saber sobre a obra, a sua linguagem e argumenta��o, o seu pensamento, o seu valor filos�fico, o seu significado no conjunto das obras do autor e na hist�ria da filosofia” O ju�zo elaborado n�o versar� meramente a estrutura da obra, completa e fechada sobre si mesma, mas tamb�m como �ltimo horizonte a “val�ncia da verdade que a obra projecta sobre regi�es da experi�ncia por ela pensadas”. De facto uma obra n�o � meramente um esqueleto de conceitos, sem vida, mas � uma voz, que tem significado hist�rico e interpela o nosso tempo, tem um significado a partir das viv�ncias actuais e � sempre a express�o do leitor-escritor

 

5.5.  PARTICIPA��O ACTIVA DO ALUNO
  • Atendendo ao curto espa�o do ano lectivo, �s exig�ncias da leitura integral, somente pela participa��o pessoal ser� poss�vel alcan�ar o m�nimo de maturidade discursiva. 

 
 

5.6. AVALIA��O
  • O Programa de Filosofia � um exerc�cio filos�fico a partir do pr�prio texto filos�fico.  Esse exerc�cio tem quatro momentos: 
  • LEITURA - que � recolha, intelig�ncia e express�o oral e escrita do que � colhido e inteligido na obra. 
  • REFLEX�O ANAL�TICA E CR�TICA - que � esfor�o de interpreta��o, identifica��o do tema central, percep��o da express�o pr�pria, apropria��o da argumenta��o da obra. 
  • COMENT�RIO - segundo as diferentes formas explicitadas neste ponto do programa [4.5.3.] 
  • JU�ZO CR�TICO - Com todas as implica��es expressas neste ponto do Programa [4.5.4.], o que permitir� ao aluno n�o s� aprender a exercitar a capacidade cient�fica da valora��o da obra filos�fica, mas tamb�m transpor essa capacidade para outros dom�nios da sua actividade, nomeadamente para a atitude humana e c�vica de julgar e de optar perante os acontecimentos da vida e do mundo.
      • Estes quatro momentos do trabalho filos�fico � que s�o a verdadeira mat�ria do Programa, que pode e deve ser exercitada a prop�sito de qualquer texto. � por isso que uma avalia��o nacional n�o est� dependente do conte�do concreto desta ou daquela obra, podendo ser feita a partir de quaisquer textos de uma obra filos�fica.

       

    � por isso que o Programa afirma que “aprender a filosofia � aprender n�o s� a dialogar e a expressar-se oralmente, mas principalmente a elaborar com cientificidade o discurso filos�fico escrito.” Com base neste pressuposto, ser� sobretudo atrav�s dos m�ltiplos trabalhos escritos que se torna poss�vel uma avalia��o objectiva dos n�veis de compet�ncia alcan�ados pelo aluno na elabora��o do discurso filos�fico e do �mbito de conhecimentos respeitantes �s Obras-Texto e em geral aos temas que a hist�ria da filosofia cont�m
    Como suporte documental para tal avalia��o deve ser organizado o arquivo do aluno, no qual se guardem os seus trabalhos escritos e registem os pareceres e orienta��es, bem como men��o sobre as participa��es activas em geral.  

    [Do Programa de 12� Ano, Minist�rio da Educa��o, Departamento do Ensino Secund�rio, Lisboa Abril de 1995] 


 Jcosta, Viseu, 1998